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A mostrar mensagens de dezembro, 2009

Monsieur Fleur

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o CEO que NÃO usa gravata...

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Rosa às 5 da tarde

Rosa às cinco da tarde olha o relógio e faz cinco anos. Brinca com o novelo de lã vermelho. Rosa às cinco da tarde e é Inverno e neva lá fora. Vê uma árvore despida no frio, respira para o vidro e o vidro embacia. Rosa às cinco da tarde e o avô na poltrona que adormeceu. E o papel de parede às flores. E a lareira acesa. E o novelo que se desfiou. Rosa e a árvore nua, a neve e o silêncio, quer brincar. Faz anos. Rosa! - às cinco da tarde, ninguém chegou a gritar. O avô acorda, enrola o novelo, põe-no na panela para o jantar. Chucha nas pantufas e começa a fazer caretas. Eram Rosa às cinco da tarde quando Rosa não voltou mais.

A história do Rolando

Veio-me uma ideia à cabeça. Duas, aliás. Mas uma delas deixou-me nervosa. Que um homem, o Rolando mordia a orelha a outro homem, um transeunte. O Rolando trabalhava num talho. Era um Homem simples, não acabara o 9º ano. Era gorducho, já estava quase careca, apesar dos seus 26 anos. Nunca lhe vi barba.Era um Homem com pouco pêlo. Andava anormalmente com a bata do talho para todo o lado mas toda a gente o conhecia através do vidro da montra da carne. O Rolando vivia a branco e a vermelho. Ou melhor, vivia a branco sujo de vermelho. Salpicava-lhe sangue na bata, orgãos moles também. Bocados de tripa às vezes. Era um homem muito físico e sensual na maneira delicada com que lidava com a carne. Tendo especial devoção à carne de porco - sendo o porco um animal por excelência curvilíneo. Gostava muito de transformá-lo em bifanas ao gosto dos clientes. Em paralelepípedos de bifanas ou nacos geométricos medidos a régua e a esquadro. A forma ou a divina escultura do porco ganhava sentido nas