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A mostrar mensagens de junho, 2012

desiderata - max ehrmann

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as horas que são

Não se pode saber ao certo, de noite, que horas são. Ele presta serviços incertos nas horas vagas a troco de nada, em casas subterrâneas forradas a veludo vermelho e cetim. Apaga os incêndios escondidos em cada um,  eficientemente. Uma caixa de música toca aquilo que ouvia na infância enquanto uma bailarina de porcelana sem pernas dança, graciosamente. A servidão de alguém com bom coração vende cigarros e álcool e submete-se à noite da gasolina com um fósforo aceso em cada mão. Ele caminha o triste caminho até chegar à casa vermelha mas não sabe que horas são nem quando chega lá. Talvez o tempo de um cigarro ou dois, de três copos ou quatro, ou de um fósforo. Mas um estranho aneurisma que nele se instala e que não se revela a princípio como bomba-relógio, bate com o coração cronometrado e dita o tempo que falta até que os fumos da gasolina nele se evaporem e a explosão se adie com o gesto de um cigarro e de um fósforo, infinitamente, e incendeie, por fim, com a ela, a m