És Marselha



És Marselha ao entardecer.
Pirata escondido no lodo do cais.
E entre tripulações atribuladas,
tu és aquele que está sempre a mais.
Tu és Babel, e as mil línguas faladas
desde o começo do fim do mundo.
És eu quando eu sou tu.
E se eu sou dente-de-sabre,
tu és o meu golpe mais fundo.
Vives atrás de cada esquina
que eu esqueci e deixei para trás.
Pirata de brinco de pérola
tesouro escondido de infância,
voo elegante de garça,
sono e paz de criança.
És rasgo em céu incerto,

gato em bairro deserto.
E num extenso imenso refúgio,
subterfúgio de bandidos,
numa casa soterrada de luar,
és farol distante que ilumina
o porto de abrigo dos sem-lei.
Trazes contigo alfazema e maresia,
ontem não sabia o teu nome
mas hoje chamo-te Alexandria.

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